Sunday, December 07, 2008



Nesse nosso silencio traço a unha na carne brilhante e observo sua nudez. É um daqueles momentos em que você para e promete a si mesmo não esquecer do que sentiu naquele exato silencio, naquele suspiro esvaido. Daquelas pausas eternas que entornam o universo de magia, contrastando a vida e ansia. Durante toda a manha tive disrritimia cardiaca. Tive insonia. Tive angustia. Bruxismo. 
Talvez por ser um domingo os pássaros cantavam mais felizes, ou talvez fora a claridade de toda aquela manha que perturbou meus sonhos. Pude, num momento de tontura, sentir seu cheiro me arrepiar os pulmões, seguiam direto de seu colo até mim, predestinados a meu sabor. Tentei, e muito, praticar telepatia e fazer dos meus pensamentos seus. Ainda acredito que consegui, em partes.
Acordo do pesadelo que não dormi e sigo calado, devo caminhar. É preciso caminhar.