o que sinto
é o copo vazio
as contas em cima da mesa
o ralo de boca aberta
esperando a água cair
muitas garrafas limpas
nem mais uma gota
mas isso não terminou
todas as baterias se apagaram
ainda bem que não tocam
eu posso ver
mesmo de olho fechado
eu posso sentir
mesmo anestesiado
sei que não vão terminar
nem agora, nem nunca
foi o vento que me contou
que na presença de todas as cores
ou mesmo em luz amarelada
permanecem sonhos
visíveis, audíveis
mesmo no silencio mortal que vivo
existem notas graves
e tudo vem de dentro
e tudo morre ali mesmo
naquele momento.
mas não termina
nunca termina
há o gato agonizando na janela
há um pinto murcho
que acorda sozinho
e cisca coisinhas
tudo permanece como está
o vazo segue com a colher plantada
que não deu coisa nenhuma
(não imaginei que fosse dar)
alguém morreu
em silencio
mas não acabou.
Mariana, Brumadinho e Pompeia
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Em meu segundo livro, Elefante, publicado em 2013, escrevi uma série de
poemas, todos girando em torno do mesmo tema: a possibilidade do homem
permanecer ...
5 years ago
5 comments:
O que desespera é saber que "tudo vem de dentro". E que mesmo morto, não acabou (a permanência é desconcertante e quase irremediável)...
Belo texto, rapaz!
Cuidado com o Gato no Ralo e a agua na janela de boca Aberta!
=P
Sentimentos..sentimentos...
Beijos...
Malaspina pai..
Olá, amigo, já ajeitei o link pro banner lá do blog, dê uma olhada, ok? http://essetalmeioambiente.wordpress.com/dicas/parcerias/
Quanto ao seu "infinito nulo de tudo", nada o que dizer, não acho que 'coisas' devem ser ditas depois de ler esse tipo de texto.
Abs
Tuliooo :) valeu pela visita no Santa Clara!
Voltei a atualizar! Ou seja, os ultimos links ainda estão disponíveis para download! se precisar de alguma coisa é só falar que eu re-posto para você!!
Como vai a vida em SP?
Tem voltado mt pra RC?
Nunca mais te vi! Saudades!
beijos querido! tenha um ótimo fds!
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