Tuesday, September 30, 2008

E vejo hoje o mundo assim, tão grave. Derradeira emoção inconveniente. A respeito do resto, tenho receio. Respiro uma pena em exitação. Afogo uma emoção. Bebo de um pensamento exagerado, os olhos cerrados vibram. Tenho medo.
Durante todo o dia minhas pernas não cessaram a angustia, tão pouco deitar me fez descansar. É um momento grave, mas logo vai passar. Tudo passa. O que não passa, deixa de existir.

Thursday, September 18, 2008

É de grande intriga
Toda essa personalidade,
Toda essa inconstância,
Essa coisa feminina.

São químicos.
Químico físicos.
Alucinógenos.

Está no sangue,
Nos músculos,
Na carne,
No cheiro,
No cabelo,
Belo cabelo.

Arrepiam todos
Excitados os pelos
Com os tais, químicos
Físicos sanguíneos
Alucinógenos.

É lindo, exótico
O cabelo, o cheiro
A carne fascinante,
O sentimento errante
Que erra e chora, ante
A dor lascinante
Da alucinada
Viagem, que é
Ser amante.

Tuesday, September 16, 2008

Um senhor por volta dos 70 anos que vivia em meu prédio, no apartamento ao lado. Certo dia sua única filha me notificou sua morte, coisa que me deixou deveras triste já que compartilhávamos de tardes de xadrez aos domingos. No testamento um pedido: “Cuide do meu tesouro.”

Assim conheci minha mulher.

Thursday, September 11, 2008



Foto tirada na casa de Hugo, instrumentista de Sebastião Tapajós.
Crítica Efêmera

 

Foi em 43 que Vinicius escreveu e descreveu a pizzada que esse pais promoveu e promove, data que eu, coitado, nem pensava em nascer. Melhor ainda, mamãe só foi nascer em 47, quatro anos depois. Mesmo assim não posso deixar de fazer um pequeno adendo (inútil) a essa critica a nós mesmos, leitores comodistas.

Vinicius como bom carioca devia conhecer bem os prazeres de ser brasileiro, principalmente por viajar tanto e sempre acabar voltando a vossa pátria tão amada. E sobre a publicidade que essa tem no exterior, que fique assim, gosto que nossas mulheres sejam vistas como neo amazonas, buscando sua guerra, na cama. Mentira?

Tão pouco posso completar de forma impessoal essa critica, sendo eu um verdadeiro comodista. Talvez por que não vejo mal no comodismo em si, o comodismo existencialista para falar a verdade. O existencialista tem em seu comodismo toda uma nostalgia que alimenta mais ainda seu comodismo, enquanto o comodista a quem faço a critica é um verdadeiro parasita. Esse não é tão comodista quanto o existencialista que passa seus dias de sol pingando cera quente no bico do peito esquerdo, ele é pior. Seu comodismo é pura vaidade, só o é quando lhe convém. Calcula friamente esforço/retorno direto, sugando da sociedade tudo aquilo que lhe é de interesse e deixando o "resto" aos corvos. Deixa seu comodismo para conseguir aquele cargo, ou aquele dinheirinho, mas nunca o deixaria por uma razão social.

Veja que se os preços do cinema subiram (cerca de R$ 12,00 hoje) eu não faria nenhuma "safarrascada", pelo contrario, sempre paguei calado, e não faria, nem por mim nem por ninguém, caso por algo tão efêmero.

Tuesday, September 09, 2008

Sabedoria


A sabedoria eh silenciosa,

O sabio sopra a palavra,

A palavra soa o canto,

No canto o pranto,

Do sentido ser.


Nao eh santo nem tem encanto,

Eh um humilde pranto do sabio sabedor.


O pensador pensou que sabia,

E o sabio lhe ensinou,

Pensar eh buscar,

Saber eh ensinar.

 

O pensador,

Num momento sabio sentiu,

Soar seu ser silencioso,

Sua dor, solidao

Silencio pensador.

Wednesday, September 03, 2008

a um passo


há um passo
o qual nunca passo.

posso dizer, pedra
partindo o coração
Pantano.

pois para o passo
preciso dizer, pedra!

pois digo, sim;
pois posso
passar...




O poeta petríficado

Aqui onde o vento não chega é frio, as cores são negras e o teto baixo. O cheiro da madeira se confunde com o cheiro de mofo e o unico odor que posso sentir verdadeiramente é o de morte, decomposição. Passado um tempo aqui onde o vento não chega comecei a entender o tempo: ele inexiste. É somente uma sensação de movimento linear num plano incomensurável. Partindo dessa foi que ceguei, me vi estático, petríficado ao longo dos "anos" que não passam para mim. O giro desse globo é apenas magnetismo e o tempo é espaço, distorcido. Com o tempo todos distorcemos, ficamos velhos, enrrugados, repetitivos e teimosos. Esse é nosso espaço, nosso tempo. Distorcido.