Sunday, November 30, 2008

tudo quanto escrevo é horrivel
tudo quanto artejo é descrível
nada externaliza o cerne
nada é minimamente passivel
nada externo é minimamente crível.

no amago há tempo 
inexistente

no fundo do fundo
do tempo da tumba
nem mesmo há
onipresente

no momento é possivel
e somente nele
o cortejo
infindável

Wednesday, November 26, 2008

Meu personagem pensamento
nesse dado unico momento
é você.

Meu pensamento sempre variado
hoje atrasado 
transfigura as ações
que nem sei que

e deixa o livre
à liberdade

Tuesday, November 25, 2008

Curtas sem pressas.

Estava deitado na rede como num descanso pós-orgasmático, observando as ramas do maracujazeiro a frente, observando suas distorções e contrações em busca de algo para se pegar. Grandes abelhas negras voavam por ali em busca de seu sulco floral, extase. Como zunem e voam destrambelhadas as abelhas negras, mamangavas. Pouco se via do céu ainda azul. Eram florais, mamangavas e distorções. Num lapso subi; a rede não badalava e o zonido não soonava. Distorci assim numa tarde de domingo, ao descanso do cansasso escasso. Deveras vezes me intrigo distorcido, onde florais vamos parar? Mamangava.

Saturday, November 08, 2008

Em si nua.

Vamos ver. Vamos rever. Onde estavamos mesmo?

Lembro de você me querendo quando eu não te via.
Depois eu te querendo quando você não me queria.

Logo há amizade. Há mais?

Sei que entre esses pontos há tempo. Casos. Finais.
E nesses casos a tempos há sinais. Casuais.

Sexuais.

Logo há mais?


Me nua, minha meia lua.

Se nuar-me agora
Nesse momento lua
Entrego a ti, aurora
A verdade crua.

Tua lingua saliva
Traça no desejo o olhar
Tua lingua em si nua
A tormenta meu mar.

Ensinua
Lua minha lua,
Meia nua na cama
Chama. meia chama.

suo suas sua suamos suais suam
somosumsósomsexual
somossósexo
somosssss
Chama.

Monday, November 03, 2008


Voltou-se a Ele novamente, nublado de angustias desconhecidas buscava em seu exercicio algum dia poder ver melhor, se ver melhor.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Sabia o ponto de ebulição, eram os olhos. Ao fita-lo com profundidade trazia seu infinito nulo a tona, desconstruindo a surrealidade de sua visão.
uma criança morre em algum lugar do mundo

D'entre as surrealidades pequenos flashs fotográficos lhe faziam piscar, apesar de raros lhe doiam como a eternidade de uma vida.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Hoje tinha a ansia d'um mundo todo. Hoje é o dia de sua execução, só hoje.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Postava nu toda sua inutilidade, se via como tal frente a Ele. Coisa tão impossivel. Eu. Ele.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Era o desafio de sua existencia, fita-lo eternamenta. Surrealisticamente fita-lo em seu mundo real.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Tinha fome de verdade. Tinha surrealmente fome de tudo mais. Tinha fome de paz.
uma criança morre em algum lugar do mundo

Desviou o olhar em submissão. Fe-lo sem opção, tomado de uma racionalidade furtiva. Estava mudo, cego; surdo.
nasce uma criança em algum lugar do mundo