Saturday, November 10, 2007




...e novamente me sento a velha cadeira de couro marrom desbotado para tentar concluir meu ultimo livro, parece-me que a cada dia minhas histórias ficam mais repetitivas e incoerentes, histórias antes de aventuras e suspense, hoje viraram lagrimas de um velho carcomido de solidão. Cada hora ali sentado a olhar a ponta lapidada do lápis me trazia mais perto dos braços de Morpheus, aquele o qual me tinha como companheiro de trabalho por diversos acasos de uma vida passada. Já não bastavam as horas de introspectividade, os largos goles no famigerado "Chapinha" e muito menos os delicados cigarros de maconha que meu vizinho havia me proposto diversas vezes. Sou apenas mais uma idéia falida, mais um corpo putrefado, um humano o qual não será abençoado com a eternidade, o qual irá ser lembrado apenas pelo delicioso banquete oferecido aos vermes tão mundanos. Deveras vezes tornei a janela de forma suspeita, com os pés fora do chão me levava a sonhar com a plenitude de estar [...] ...

1 comment:

Victor Meira said...

Salve, Tulio!
Bacana o texto, cara. É gostoso quando batem esses surtos de impressões na gente. O texto transpira essa característica; do relato das sensações, do momento em que as impressões estavam brotando. Isso é gostoso. É delicioso quando esse espirito sensível, artístco bate em momentos cotidianos.

É claro que a artefagia gera esses frutos. Daí a discussão sobre o texto - ou a poesia - ser ou não ser verdadeiramente impulsionado por um fato cotidiano, ou pelo pão-arte de cada dia.

Seja qual for o precedente, o fruto é belo.

No campo das críticas chatas - aquelas que constroem - eu aconselho: semânticamente o texto tá lindo. O lance é prestar atencão na gramática mesmo, pra evitar umas falhas como "introspectividade" (introspecção, que me soa bem lusitana, pra falar a verdade, haha), ou "putrefado" (pútrido).

No mais, fico feliz que você esteja compondo com essa freqüência, cabrón. Tá bonito isso aqui, tô começando a me acomodar.

Abraço forte, rapaz!